segunda-feira, 18 de junho de 2012

"Até bem pouco tempo atrás poderíamos mudar o mundo... Quem roubou nossa coragem?"

Aonde foi parar a inocência os meus olhos? Aonde está a beleza que de tudo refletia? Aonde está a vontade? A verdade? A paz e a tranquilidade?
Eu senti um tranco do mundo. Barraram e frearam a minha corrida no campo. Meu riso... Meu sorriso satisfeito. Tiraram me mim o gozo pela vida. A ternura dos passos e das palavras.
Forçosamente, arrancaram a menina e me fizeram mulher... Contra a minha vontade.
Os saltitantes pulos se transformaram em passos firmes e rápidos em saltos altos. Passos barulhentos tomaram conta do silêncio de pulos nas pontas dos pés, pés descalços e sujos de terra.
O sorriso solto se espremeu em uma leve espichada de canto de boca, espichada meio amarelada... Só pra não ser tão antipática.
A esperança do dia seguinte desapareceu e deu lugar para o desgosto de dias que não passam... Ou pior, passam vazios, com tanto para fazer... Com tão pouco sendo feito.
E as pessoas... Ah, as pessoas... Onde foi parar minha vontade de conviver com elas? Onde foi parar meu amor pelas pessoas? Onde está o amor? De mim para elas... Delas para mim...
Triste fase em que me arrasto pelos dias, esperando e buscando uma saída, um portal para o mundo onde antes eu vivia. Parece que agora vivo no sonho, esperando o despertar no meu mundo real... Sonho lúcido, no qual eu sei que preciso acordar, eu quero acordar, eu quero achar a porta que me leve de volta para a minha linda realidade.
Triste fase em que me encontro... E penso que talvez ainda não seja hora de acordar desse sonho... Mas talvez tirar a lucidez que me distancia dele... Me embriagar de novo no sonho, fingindo estar gostando, fingindo ser parte dessa psicodelia, desse mundo de fatos desconexos, de pessoas desalmadas, dessa realidade hipócrita de homens robôs, que se esforçam todos os dias para tornar esse sonho ainda mais mundano e real.

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