segunda-feira, 23 de setembro de 2013

É primavera, te amo, meu amor!

Não há mal que para sempre dure!

Cada vez mais aprendo a ficar ao lado do tempo. A entender o tempo como um aliado, na certeza que tudo passa... E que amanhã sempre será um dia ainda melhor do que hoje.

Feliz com os ciclos, que iniciam e se fecham. Que se concluem e marcam minha vida, acrescentando mais tijolos ao meu castelo, mais lenha na minha fogueira e mais paz ao meu coração.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

"Até bem pouco tempo atrás poderíamos mudar o mundo... Quem roubou nossa coragem?"

Aonde foi parar a inocência os meus olhos? Aonde está a beleza que de tudo refletia? Aonde está a vontade? A verdade? A paz e a tranquilidade?
Eu senti um tranco do mundo. Barraram e frearam a minha corrida no campo. Meu riso... Meu sorriso satisfeito. Tiraram me mim o gozo pela vida. A ternura dos passos e das palavras.
Forçosamente, arrancaram a menina e me fizeram mulher... Contra a minha vontade.
Os saltitantes pulos se transformaram em passos firmes e rápidos em saltos altos. Passos barulhentos tomaram conta do silêncio de pulos nas pontas dos pés, pés descalços e sujos de terra.
O sorriso solto se espremeu em uma leve espichada de canto de boca, espichada meio amarelada... Só pra não ser tão antipática.
A esperança do dia seguinte desapareceu e deu lugar para o desgosto de dias que não passam... Ou pior, passam vazios, com tanto para fazer... Com tão pouco sendo feito.
E as pessoas... Ah, as pessoas... Onde foi parar minha vontade de conviver com elas? Onde foi parar meu amor pelas pessoas? Onde está o amor? De mim para elas... Delas para mim...
Triste fase em que me arrasto pelos dias, esperando e buscando uma saída, um portal para o mundo onde antes eu vivia. Parece que agora vivo no sonho, esperando o despertar no meu mundo real... Sonho lúcido, no qual eu sei que preciso acordar, eu quero acordar, eu quero achar a porta que me leve de volta para a minha linda realidade.
Triste fase em que me encontro... E penso que talvez ainda não seja hora de acordar desse sonho... Mas talvez tirar a lucidez que me distancia dele... Me embriagar de novo no sonho, fingindo estar gostando, fingindo ser parte dessa psicodelia, desse mundo de fatos desconexos, de pessoas desalmadas, dessa realidade hipócrita de homens robôs, que se esforçam todos os dias para tornar esse sonho ainda mais mundano e real.

terça-feira, 13 de março de 2012

"Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura" - Friedrich Nietzsche

Meu descontrole vem do pulso de paixão que agora bate no meu peito.
Como não sou perfeita, quando ela se solta, vem forte, vem cheia de calor, de vontade... Mas traz consigo todas as infantilidades que a torna pueril.

Minha paixão vem com ares de adolescente... E ao mesmo tempo que me rejuvenesce as emoções, traz a insegurança imatura de alguém que ama pela primeira vez...

A paixão vem, descontrolada. Mas dessa vez vem no momento em que o coração tem segurança e solidez do seu amor.

Como o pai que observa atento seus filhotes tropeçando em sua frente, cambaleando passos recém conquistados, o meu amor olha com olhos de curiosidade as estrepolias que a paixão faz diante dele.

O amor olha e pensa... Lá vai ela de novo, tentando conquistar seu espaço com passos afoitos...
Lá vai ela, a paixão menina, novamente...

segunda-feira, 12 de março de 2012

"Só quem já morreu na fogueira sabe o que é ser carvão"

Em "Mulheres que correm com Lobos", de Clarissa Éstes, assim está:


"O corpo é um ser multilíngue. Ele fala através da cor e da temperatura, do rubor do reconhecimento, do brilho do amor, das cinzas da dor, do calor da excitação, da frieza da falta de convicção. Ele fala através do seu bailado ínfimo e constante, às vezes oscilante, às vezes agitado, às vezes trêmulo. Ele fala com o salto do coração, a queda do ânimo, o vazio do centro e com a esperança que cresce.
O corpo se lembra, os ossos se lembram, as articulações se lembram. Até mesmo o dedo mínimo se lembra. A memória se aloja em imagens e sensações nas próprias células. Como uma esponja cheia de água, em qualquer lugar que a carne seja pressionada, torcida ou mesmo tocada com leveza, pode jorrar dali uma recordação.
Limitar a beleza e o valor do corpo a qualquer coisa inferior a essa magnificência é forçar o corpo a viver sem seu espírito de direito, sem sua forma legítima, seu direito ao regozijo. Ser considerada feia ou inaceitável porque sua beleza está fora da moda atual fere profundamente a alegria natural que pertence à natureza selvagem.
As mulheres têm bons motivos para refutar modelos psicológicos e físicos que são danosos ao espírito e que rompem o relacionamento com a alma selvagem. É claro que a natureza instintiva das mulheres valoriza o corpo e o espírito muito mais por sua capacidade de vitalidade, sensibilidade e resistência do que por qualquer avaliação da aparência. Esse ponto de vista não pretende descartar aquilo que seja considerado belo por qualquer segmento da cultura, mas, sim, traçar um circulo mais amplo que inclua todas as formas de beleza, forma e função."


Analisando todas as mulheres que um dia fui, até a mulher que hoje sou, percebo que sucumbi às pressões dos moldes. Forcei as minhas silhuetas física e psíquica a se encaixarem nos parâmetros de pessoas que nem conhecia. Formas essas que eram repetidas por aqueles que mais me amavam. Sem se darem conta de que ao invés de endireitar as minhas costas, me amassavam e entortavam em posições bizarras.

Analisando o processo de desenvolvimento das mulheres da minha vida, todas interpretadas por mim, percebi que os momentos de surto e revolta representaram o movimento desesperado de libertação da minha verdadeira alma feminina, que se encontrava refém, amarrada e amordaçada na prisão de um molde irrepreensível aos olhos.

A natureza feminina é tão forte, instintiva, poderosa e autônoma que ela venceu. Venceu em mim, vence todos os dias em várias mulheres e continuará vencendo. A beleza da mulher está na suavidade da força. Na compaixão justa. Na astúcia humilde. Na autonomia solidária. No individualismo compartilhado.
A natureza feminina é completa e comporta todas as estações em um único sistema. Ser mulher é ter a constância dos ciclos. É manter estável a instabilidade.

Perfeita não é a mulher boa. Meiga. Pacífica. Bela.
Perfeita é aquela que, como a natureza, equilibra e respeita todas as suas faces. Convive naturalmente com suas características, melhores ou piores. E domina suas ações, ora boas, ora nem tanto, de acordo com a sua vontade e sua verdade. Sem medo dos rótulos.

A perfeição ainda é uma utopia. Não é de uma hora pra outra que se aprende a ser mulher de verdade. São tantos anos de aprisionamento que a mulher selvagem se encontra "fora de forma". E ainda há muita pressão para que ela continue silente. Pressão exercida pelas próprias mulheres, na maioria das vezes. Por culpa, covardia, vergonha.

E no dia das mulheres desse ano, eu desejei que o instinto feminino se sobressaia. Para mim e para tantas que ainda dormem. E que permitamos que ela nos conduza nessa missão sublime de ser mulher.





segunda-feira, 5 de março de 2012

"E se eu morresse hoje?"

Essa é uma pergunta que faço de tempos em tempos.
"Se eu morresse hoje?" traz na fração de segundo um apanhado geral da vida. É a simulação de situações extremas de quase morte. Onde identificamos o que realmente nos importa.
"Se eu morresse hoje?" traz à tona a vida.


Hoje cedo, durante as 2h em que estive no trânsito à caminho do trabalho, essa foi a pergunta que eu me fiz. E, diferentemente de momentos anteriores, a resposta não foi feliz. Hoje foi assim:
- E se eu morresse hoje?
- Hoje eu não morreria feliz. Com certeza seria a situação de tentar negociar com Deus alguns instantes a mais...


Logo após a minha resposta para mim mesma, eis que alguém mais entra no meu auto-diálogo:


- Mas o que você tem feito com seu tempo, minha filha?


- Tenho deixado de fazer muitas coisas... Tenho deixado de ler, ver quem eu amo. Tenho não conhecido os filhos dos meus amigos. Tenho me preocupado, deixado de passear. Tenho deixado de cumprir com tantas tarefas. Tenho estado aqui. No trânsito e no trabalho. Tenho acumulado trabalho. É isso que tenho feito com meu tempo.


- E por que tem feito isso? Porque está usando todo o seu tempo em uma coisa só? Quando combinamos a sua vida, combinamos que teria diversas habilidades, não se lembra? Que poderia cantar, pintar. Que saberia dançar. Que teria família, filhos. Conversamos sobre o ócio criativo, não conversamos? Que se ficasse bem quietinha, em silêncio, você poderia ouvir meu sussurro nos seus ouvidos. E que nesse momento, eu mandaria em forma de brisa um afago nos seus cabelos. Conversaríamos assim, não lembra? Não se lembra do que combinamos?


- Não me lembrava mais. Tenho usado meu tempo para esquecer. O que eu posso fazer, então?


- Sobre o tempo que passou? Nada. Não há nada a fazer.


- E sobre o tempo que ainda tenho?

- Sobre isso, o que virá continuará sendo uma escolha sua.